Alice in Chains – Dirt (1992)

Capa de Dirt (Foto: Reprodução)

Dirt (1992), segundo disco do Alice in Chains, foi lançado de forma estratégica. Na época, o lançamento oficial pegou carona no sucesso do icônico Nevermind (1991) – álbum do Nirvana responsável pela explosão do grunge. Com isso, a imprensa mundial voltou seus holofotes para a cena rock de Seattle, que revelou, entre outras bandas, Pearl Jam, Soundgarden e Mudhoney.

Assim como no disco de estreia, Facelift (1990), o Alice in Chains lançou Dirt por uma grande gravadora, a Columbia Records. No entanto, foi o segundo álbum que contribuiu, definitivamente, para colocar a banda no mainstream.

Drogas, mortalidade e uma pitada de niilismo dão o curso das composições de Dirt. A maior parte das músicas são de autoria do guitarrista Jerry Cantrell – vide as primeiras faixas Them Bones e Dam That River, mantendo o peso do disco anterior e todas as referências de heavy e doom metal. Algumas das canções foram compostas em parceria entre Cantrell e o vocalista Layne Staley – caso de Rain When I Die, Sickman, Junkhead e God Smack. Na época, Staley deixava transparecer seu vício em heroína nas letras e nos vocais angustiantes de Hate To Feel e Angry Chair. As baladas Rooster, Down in a Hole completam o tom melancólico e depressivo do álbum.

O single Would?, canção sobre Andrew Woody, líder do Mother Love Bone, foi parar na trilha sonora do filme Singles – longa de Cameron Crowe, que no Brasil recebeu o título de Vida de Solteiro.

Tom Araya, vocalista do Slayer, faz participação especial no segundo disco do Alice in Chains. O músico chileno contribuiu com guturais (técnica vocal que produz um som rouco, grave ou profundo) na faixa Iron Gland.

Dirt foi o Nevermind do Alice in Chains e mesmo não tão acessível, o álbum vendeu mais de 4 milhões de cópias nos Estados Unidos e alcançou o sexto lugar na Bilboard 200.

Edição e revisão: Michel Pozzebon
(Zine Musical)

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