Poucos sabem, mas em Maceió, capital do estado de Alagoas, havia uma árvore da espécie coqueiro nomeada gogó da ema por seu formato sinuoso (que lembra realmente o pescoço da ave) e na época se tornou alvo da atenção de famílias, turistas, e principalmente casais de namorados. E não tão diferente assim, a banda paulista formada em fevereiro de 2022 — por, na foto acima, da esquerda para a direita, Rafael Machavi (guitarra e voz), Bruno Fernandes (baixo) e Samuel Boss (bateria) —, traz tanto nas influências sonoras quanto na semântica de suas canções o aspecto romântico e a beleza da vida, com referências notáveis de grandes artistas da música popular brasileira, como Djavan, Gilberto Gil, Tim Maia, Alceu Valença, e do rock nacional, como Os Paralamas do Sucesso, Skank, Resgate, entre outros.
Seu primeiro single se chama Cafuné, composição do baterista Samuel Boss, que foi lançado em janeiro deste ano, e ganha um lyric video com imagens em formato MiniDV, filmadas durante a gravação de oito sons no renomado estúdio El Rocha, por Fernando Sanches (Againe, O Inimigo, ex- CPM 22 e Hateen) e Maiane Sousa, em abril de 2023. Cafuné possui arranjos de metais por Jefferson Rodrigues, que participa no sax, junto a Jorginho Neto no trombone e André Levy no trompete, sendo gravados posteriormente na Loja de Música X5, pelo próprio Rafael Machavi. Confira o vídeo abaixo:
Todas canções contam com a participação de Dre Vilaqua no teclado, e violão de nylon em uma faixa. O músico conhecido por seu trabalho solo que abrange a soul music, jazz e MPB, adiciona um toque de groove a mais ao som da banda, que possui uma brasilidade perceptível quando se escutam as outras sete faixas. O Brasil é rico em suas diversas manifestações de identidades através de ritmos, dança, arte, música, culinária e história. E essa diversidade se vê claramente na banda Gogó da Ema que promete lançar um full album muito em breve, em que o público vai notar essa brasilidade misturada a elementos que vão do funk, soul, reggae, passando por ritmos caribenhos ao rock.
“Eu acredito que a música também é sobre encontros, e nós amamos estar juntos fazendo isso mesmo depois de um tempo. A Gogó da Ema significa pra mim um reencontro com a música e com minha capacidade criativa, e não seria possível se não fosse exatamente como é: eu, o Bruno e o Samuel. Fazendo som juntos, nos divertindo e expurgando nossas emoções pra fora”, comenta Rafael Machavi.
Machavi, que é um aficionado por futebol, menciona também a influência do narrador Silvio Luiz na escolha do nome para o grupo, um ilustre símbolo da locução esportiva que toda vez que numa partida de futebol o chute do jogador fazia a bola ir no ângulo do gol, ele gritava a frase: “foi no gogó da ema”. Afinal, isso é Brasil, nada mais justo que uma referência tão emblemática à uma banda brasileira proveniente de uma terra considerada “país do futebol”.
(Zine Musical)
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